quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Capitão Capa Preta


        Durante o programa meninas do Jô (exibido em 21/08/2013) foi abordada a suprema quizumba entre os ministros Barbosa e Lewandowski . Argumentado em defesa de Joaquim, Jô disse que a onda de criticas a postura desrespeitosa e ditatorial de Barbosa para com o ministro Lewandowski se devia a um racismo "velado" dos críticos que ate inconscientemente não aceitariam um negro ocupando um cargo de suma excelência no supremo. 
Essa hipótese do apresentador não é condizente com a realidade das criticas feitas a postura de Joaquim Barbosa uma vez que o ministro assumiu  sim uma pratica inquisitória ao não aceitar divergências  ao seu ponto de vista pré-determinado, critica esta que durante o julgamento do mensalão foi tantas vezes proferida a  Lewandowski que de fato assumiu uma postura tendenciosa de beneficiar os acusados do esquema de corrupção. 
         Durante o programa também foi dito por uma das "meninas" que todos aqueles que votavam apos Lewandowski já tinha "a cabeça feita" se assim for, então o onde fica o critério de justiça do STF? seria o papel de qualquer juiz enfrentar um julgamento de tamanha relevância para o brasil com um pré-conceito tao evidente? isenção não é relevante para as excelências do poder judicial? 
           Vale lembrar que os embargos(declaratórios ou infringentes) fazem parte do direito de defesa dos acusados e servem para corrigir eventuais erros proferidos pelos magistrados, pois apesar da aparente onisciência os ministros também estão sujeitos a equívocos uma vez que são humanos independente da cor, raça ou credo dos mesmos, sendo isso constatado pelo erro na data da morte do então presidente do PTB Jose Carlos Martins que morreu em outubro de 2003 e não em dezembro como foi colocado no processo, fato esse que já seria suficiente para uma uma nova analise de alguns réus pois a interpretação sobre qual das leis se aplicaria é nitidamente uma questão de entendimento meândrico.
           Em qualquer julgamento a velocidade não pode ser confundida com eficiência  o sistema judiciário brasileiro sem duvida tem uma postura paquidérmica pela amplitude de recursos possíveis e manobras mil de advogados o que transforma muitas vezes simples processos em verdadeiros mastodontes pela morosidade da justiça, mas nunca a agilidade deve sobrepor o direito de defesa de cada acusado, rapidez não pode e nem deve produzir uma  justiça arbitraria . 
          A recusa de Barbosa em aceitar qualquer manifestação de ponto de vista contrario a sua vontade "suprema" é um fato inexorável  seja pelo quiproquó da ultima semana ou pela sua postura de não aceitar a investigação a sua aquisição irregular de um apartamento nos EUA, em ambos os casos o ministro Barbosa e seus defensores se esconderam atras da "capa  preta" do preconceito proferindo que as denuncias e criticas nada mais são do que racismo e perseguição, sendo assim, o mesmo seria   vitima de um suposto calvário devido a sua "cruz" racial.
          Essa blindagem a figura do ministro baseado em um racismo pré determinado na sociedade nada mais é que uma grande falacia pusilânime, que lembra muito a tentativa de blindar o ex presidente Lula no processo do mensalão, indubitavelmente o racismo existe no Brasil mas dai se concluir que toda critica a Barbosa  é  invariavelmente uma questão racial é ser no minimo néscio, algo tao atroz  como o racismo não pode ser utilizado sem provas como defesa para possíveis criticas que se realizem a postura ou atividades ilícitas de cada sujeito na sociedade, doa a quem doer e custe o que custar todos são permeáveis a equívocos e consequentes apupos quando fazem "chicana", e isso em nada se relaciona com a cor da pele do ministro Joaquim.
          A  exacerbada exibição do ministro Barbosa  durante as  excelentes coberturas e transmissões do mensalão petista converteram J.B a herói da macunaimica justiça brasileira, posteriormente a sua ascensão a possível presidenciável  que promoveria uma devassa defenestrando a mambembe politica brasileiro, essa imagem de justiceiro renegado elevou o ministro a queridinho de uma parcela considerável da mídia e  em figura imaculada por uma sociedade putrefata nas entranhas, mais um dos paradoxos brasileiros.
          No entanto,  lembrando da fala do ministro Luis Roberto Barroso : "a corrupção não deve ser politizada" , o jeitinho brasileiro, a famigerada "lei de Gerson" , a popular malandragem tupiniquim, são provas de como a sociedade brasileira é corrupta ate o tutano e por mais sebastianista que possamos ser, nenhum homem por mais idôneo  que seja é capaz de mudar este sorumbático quadro como cavaleiro das trevas solitário, assim, a reforma politica é urgente mas só vai acontecer quando a nossa sociedade se perceber parte da amalgama corruptiva, pois por mais idealizado que seja o herói existe sempre uma Kryptonita, que no caso "Capitão"  Joaquim Barbosa não é o racismo, por mais que se tentem fazer convencer por baixo da capa preta.

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